sábado, 2 de novembro de 2013

SUSTENTABILIDADE E AQUECIMENTO GLOBAL

SUSTENTABILIDADE  E AQUECIMENTO GLOBAL
 





1. Introdução

                  Até os anos sessenta do século passado os alertas que vinham a público, sobre a prejudicial degradação do meio ambiente através da atividade econômico-industrial do ser humano, eram creditados a ambientalistas fundamentalistas ou a seitas esotéricas apocalípticas, sendo que as autoridades mundiais não se posicionavam efetivamente em adotar medidas concretas para a sua solução. Embora tenha havido reuniões mundiais para tratar do assunto  a partir da 2ª  metade do século passado, pouco se conseguiu para diminuir a emissão de  gases poluentes da  atmosfera, notadamente o CO (dióxido de carbono), substância esta a principal causadora do efeito estufa, e consequente elevação da  temperatura mundial.                                   

                 No dia 2 de fevereiro de 2007, a Organização das Nações  Unidas — ONU —, através do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), fez divulgar em Paris, na França, um relatório elaborado por 2.500 cientistas de 130 países, onde se revela que o aquecimento global é irreversível e “muito provavelmente” provocado pelas atividades humanas.  Trata-se de um resumo de 15 páginas do documento cujo conteúdo foi negociado palavra a palavra pelos 500 cientistas do painel, com uma cópia entregue, naquela mesma data, aos mais importantes políticos mundiais. E o que lá está não deixa margem para dúvidas: a certeza quase absoluta de que o aquecimento global (90%) tem como causa principal a ação humana e de que  o aumento médio da temperatura global da atmosfera  será entre 1,8 e 4 graus Celsius até 2100 (são dois dos dados que o IPCC anunciou). Peritos do mundo inteiro e os próprios cientistas do IPCC, no seu relatório anterior, publicado em 2001, e até nove anos atrás, não iam além de 50% de certeza sobre a causa humana do aquecimento global e os seus intervalos de previsão sobre o aumento da temperatura atmosférica para este século (1,4 e 5,8 graus Celsius, conforme os cenários), mas, a partir de 2007, estão muito afinados no seu convencimento sobre esse fato, havendo, hoje, apenas umas poucas vozes divergentes. 

                  M.E. Porter¹ aponta que a visão ainda prevalente para a preservação do meio ambiente, em favor da própria subsistência de nossa espécie, é a que se resume em ecologia versus economia. Ou seja, de um lado encontram-se os benefícios sociais a serem objeto de uma rigorosa fiscalização sobre padrões de manutenção de condições ambientais de incolumidade da natureza do Planeta, da qual, de qualquer forma, fazemos parte, e, do outro, os custos dos produtos industrializados que se elevariam com os gastos com prevenção e limpeza.   Chegou-se, finalmente, a um denominador comum: as empresas devem adotar uma gestão que priorize a preservação do meio ambiente, buscando que a atividade econômico-industrial não o destrua, para, dessa forma, tanto manter a sobrevivência da própria economia de consumo, como também dos recursos naturais para permitir a fruição de ambos pelas futuras gerações.


2. Evolução do Pensamento Humano



                Ao se analisar a evolução do pensamento humano em relação à necessidade de preservação do meio ambiente, é necessário citar-se o magistério de J.C. Barbieri², que o resume em três etapas de conscientização, até o nosso momento atual: 1ª, a percepção de problemas ambientais localizados, atribuídos à ignorância de produtores e consumidores em determinada área física ou de consumo; 2ª, a percepção de problemas ambientais nacionais, ou seja, decorrentes de ordem legal e cultural de determinados Estados Nacionais e, 3ª, a percepção de problemas ambientais planetários, decorrentes da verificação da existência de uma falta generalizada, em todas as nações, desenvolvidas ou não, de uma cultura de preservação do meio ambiente em geral.                

              Atingida a 3ª fase, indica Barbieri que a solução para os problemas ambientais globais devem ser discutidos e resolvidos em termos, não só, da redução de degradações do ambiente físico e biológico, mas, também, da resolução de questões sociais, políticas e culturais, tais como a pobreza e a exclusão social. Então se estaria praticando “desenvolvimento sustentável” apenas se fossem atacadas todas essas problemáticas. A sua melhor definição nos foi fornecida em 1987 pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, no documento intitulado “Nosso Futuro Comum”:                
                                          
                                     O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os “habitats” naturais. (1987, Relatório Brundtland, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas,).(3) 

                    

 3.O Relatório do IPCC

 
             O IPCC – Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, da ONU, divulgou seu mais novo relatório  no dia 26 de setembro próximo passado. Os dados, que passaram por uma revisão mais cuidadosa do que nos textos anteriores, continuam preocupantes.  O texto  é um resumo técnico  de  2.000 páginas do Sumário para Formuladores de Políticas , elaborado por  900 cientistas e  aprovado em um encontro de cientistas e representantes governamentais reunidos em Estocolmo, na  Suécia , tendo concluído que o ser humano é responsável pela maior parte  do  aquecimento global – e nesse ponto quase todos os cientistas já concordam em nossos dias.

             Trata-se do quinto  relatório lançado pelo Painel, desde 1988, com uma periodicidade de 5 ou 6 anos . O físico Paulo Artaxo,  pesquisador da USP e membro do IPCC  afirma que “a ciência do clima é muito dinâmica. No decorrer dos anos muitos dados novos são publicados e os modelos climáticos se refiam. Por isso, até o momento, os relatórios tiveram uma periodicidade de cerca de  5 ou 6 anos”. São as seguintes as principais  afirmações do Relatório :  

                          1 – A temperatura na Terra subiu 0,85 graus Celsius entre 1880 e 2012. 

                          2 – Entre 1951 e 2012 a média de aumento na temperatura foi de 0,12 graus Celsius por década, sendo que o ser humano é responsável pela maior parte desse aquecimento, com 95% de certeza nessa afirmação (quase todos os cientistas do mundo já pensam dessa maneira). 

                          3 – Desde 1988 o ritmo de aquecimento do planeta caiu para 0,05 graus Celsius por década, mas esse hiato é passageiro; os cientistas afirmam que  há períodos, assim, de dez a quinze anos  de queda , mas que o aquecimento sempre volta e vai retornar em breve; por isso os dados devem ser colhidos sempre em períodos longos, para não se cair no equívoco de incluir como  baixas definitivas essas periódicas assim constatadas.

                         4 – A Concentração de dióxido de carbono  na atmosfera hoje é 40%  maior do que no período anterior à Revolução Industrial, principalmente por causa da queima de combustíveis fósseis.
 
                         5 – Até o final do século, a temperatura pode subir 4,8 graus Celsius, na pior das hipóteses. No melhor cenário, onde as emissões humanas de dióxido de  carbono sejam reduzidas ao máximo, esse aumento pode ficar em 0,3 graus.  

                         6 – O aumento do nível do mar deve ficar entre 26 e 82 centímetros até 2.100.

                        7 – Os pesquisadores afirmam que é extremamente provável que a cobertura de gelo do ártico continue a diminuir até o final do século. Nos verões, essa cobertura pode perder entre 43% e 94% da sua área. (3) 


4. A Tomada de Consciência  

                                        
 
                 No  dia 2 de fevereiro de 2007  , a ONU, através do Painel  Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC),  fez divulgar  em  Paris,  na França  um relatório elaborado  por  2.500 cientistas  de  130 países, onde  se revela que  o aquecimento global é irreversível e “muito provavelmente” provocado  pelas  atividades  humanas.

               Para trás ficam fugas de informação, pressões e apagões em várias cidades europeias, como em Paris, com  a Torre Eiffel no centro da escuridão, que foi convocada em nome do planeta.

             Segundo a equipe, que inclui investigadores americanos e europeus, o nível dos oceanos subiu 3,3 milímetros por ano, entre 1993 e 2006, e essa subida foi 25% mais rápida do que em qualquer outro período nos últimos 115 anos, garantem os investigadores na “Science”.

              Um resumo de 15 páginas do documento, cujo conteúdo foi negociado palavra a palavra nos últimos dias pelos 500 cientistas do painel, foi entregue no dia 02 de fevereiro de 2007  foi entregue  aos mais importantes  políticos mundiais. E o que lá está não deixa margem para dúvidas. Certeza quase absoluta de que o aquecimento global (90%) tem como causa principal a ação humana e o aumento médio da temperatura global da atmosfera entre 1,8 e 4 graus Celsius até 2100 são dois dos dados que o IPCC  anuncia hoje. No seu último relatório, publicado em 2001, o grupo de peritos tinha mais incertezas. Há seis anos, os cientistas do IPCC não iam além de 50% de certeza sobre a causa humana do aquecimento global e os seus intervalos de previsão sobre o aumento da temperatura atmosférica para este século (1,4 e 5,8 graus Celsius, conforme os cenários) não estavam tão afinados como agora.
                               
             Até aquele  dia  os alertas  que  vinham  a  público eram creditados  a  ambientalistas  fundamentalistas  ou  a   seitas  esotéricas  apocalípticas,  sendo que as autoridades  mundiais  não se  posicionavam   efetivamente  em adotar  medidas concretas para  a sua  solução. Embora  tenha havido  reuniões  mundiais  para tratar  do assunto,  a partir  da  2ª . metade do século passado, pouco se conseguiu para  diminuir a  emissão  de CO2  (dióxido de carbono) na atmosfera, substância esta a  principal   causadora  do efeito estufa.

                                  Reuniões anteriores : 
          
 
 

5. Sobre o Dióxido de Carbono (CO2)  e Efeito Estufa

                     http://www.iejusa.com.br/astronomia/dioxidodecarbono.php

http://www.iejusa.com.br/astronomia/efeitoestufa.php 



  6. Conclusão

              É, pois, através da realização de um conjunto de ações integradas e multidisciplinares que conseguiremos obter a conscientização dos agentes do “desenvolvimento sustentável” em relação a sua responsabilidade social, através de ações, integradas ou não, dos seguintes setores da sociedade: 

                             
                 Na atual perspectiva de sustentabilidade ambiental e com o intuito de provocar uma movimentação mundial no sentido de sua implementação, realizou-se a Conferência Internacional RIO+20, no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 24 de junho de 2012. Dentre suas diretrizes, estabelecidas pela Assembleia Geral da ONU, duas foram destacadas como principais:
  • a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza;
  • a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
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(¹) PORTER, M.E. Competição: on competition: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro, Campus, 1999.

__________ Vantagem Competitiva.  Rio de Janeiro. Campus, 1989.
 

(²) BARBIERI, J.C. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de Mudança da Agenda 21. Petrópolis, Vozes, 1997.

_________ Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. S. Paulo. Saraiva, 2004.

(3)  In http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel     

(4)   Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/relatorio-da-onu-aumenta-certeza-de-envolvimento-humano-no-aquecimento-global-nao-publicar  

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