1. Introdução
Até os anos sessenta do século passado os alertas
que vinham a público, sobre a prejudicial degradação do meio ambiente através
da atividade econômico-industrial do ser humano, eram creditados a
ambientalistas fundamentalistas ou a seitas esotéricas apocalípticas, sendo que
as autoridades mundiais não se posicionavam efetivamente em adotar medidas
concretas para a sua solução. Embora tenha havido reuniões mundiais para tratar
do assunto a partir da 2ª metade do século passado, pouco se conseguiu
para diminuir a emissão de gases
poluentes da atmosfera, notadamente o CO₂ (dióxido de carbono), substância
esta a principal causadora do efeito estufa, e consequente elevação da temperatura mundial.
No dia 2 de fevereiro de 2007, a Organização
das Nações Unidas — ONU —, através do
Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), fez divulgar em Paris,
na França, um relatório elaborado por 2.500 cientistas de 130 países, onde se
revela que o aquecimento global é irreversível e “muito provavelmente”
provocado pelas atividades humanas.
Trata-se de um resumo de 15 páginas do documento cujo conteúdo foi
negociado palavra a palavra pelos 500 cientistas do painel, com uma cópia entregue,
naquela mesma data, aos mais importantes políticos mundiais. E o que lá está
não deixa margem para dúvidas: a certeza quase absoluta de que o aquecimento
global (90%) tem como causa principal a ação humana e de que o aumento médio da temperatura global da
atmosfera será entre 1,8 e 4 graus
Celsius até 2100 (são dois dos dados que o IPCC anunciou). Peritos do mundo
inteiro e os próprios cientistas do IPCC, no seu relatório anterior, publicado
em 2001, e até nove anos atrás, não iam além de 50% de certeza sobre a causa
humana do aquecimento global e os seus intervalos de previsão sobre o aumento
da temperatura atmosférica para este século (1,4 e 5,8 graus Celsius, conforme
os cenários), mas, a partir de 2007, estão muito afinados no seu convencimento sobre
esse fato, havendo, hoje, apenas umas poucas vozes divergentes.
M.E. Porter¹ aponta que
a visão ainda prevalente para a preservação do meio ambiente, em favor da
própria subsistência de nossa espécie, é a que se resume em ecologia versus
economia. Ou seja, de um lado encontram-se os benefícios sociais a
serem objeto de uma rigorosa fiscalização sobre padrões de manutenção de
condições ambientais de incolumidade da natureza do Planeta, da qual, de
qualquer forma, fazemos parte, e, do outro, os custos dos produtos
industrializados que se elevariam com os gastos com prevenção e limpeza. Chegou-se, finalmente, a um denominador
comum: as empresas devem adotar uma gestão que priorize a preservação do meio
ambiente, buscando que a atividade econômico-industrial não o destrua, para,
dessa forma, tanto manter a sobrevivência da própria economia de consumo, como
também dos recursos naturais para permitir a fruição de ambos pelas futuras
gerações.
2. Evolução do Pensamento Humano
Ao se
analisar a evolução do pensamento humano em relação à necessidade de
preservação do meio ambiente, é necessário citar-se o magistério de J.C. Barbieri²,
que o resume em três etapas de conscientização, até o nosso momento atual: 1ª,
a percepção de problemas ambientais localizados, atribuídos à ignorância
de produtores e consumidores em determinada área física ou de consumo; 2ª, a
percepção de problemas ambientais nacionais, ou seja, decorrentes de
ordem legal e cultural de determinados Estados Nacionais e, 3ª, a percepção de problemas
ambientais planetários, decorrentes da verificação da existência de uma
falta generalizada, em todas as nações, desenvolvidas ou não, de uma cultura de
preservação do meio ambiente em geral.
Atingida a 3ª fase, indica Barbieri que a solução para os problemas ambientais globais devem ser discutidos e resolvidos em termos, não só, da redução de degradações do ambiente físico e biológico, mas, também, da resolução de questões sociais, políticas e culturais, tais como a pobreza e a exclusão social. Então se estaria praticando “desenvolvimento sustentável” apenas se fossem atacadas todas essas problemáticas. A sua melhor definição nos foi fornecida em 1987 pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, no documento intitulado “Nosso Futuro Comum”:
O desenvolvimento que procura
satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa
possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório
de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural,
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as
espécies e os “habitats” naturais. (1987, Relatório Brundtland,
da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em
1983 pela Assembleia das Nações Unidas,).(3)
3.O Relatório do IPCC
Trata-se do quinto relatório lançado pelo Painel, desde 1988, com
uma periodicidade de 5 ou 6 anos . O físico Paulo Artaxo, pesquisador da USP e membro do IPCC afirma que “a ciência do clima é muito
dinâmica. No decorrer dos anos muitos dados novos são publicados e os modelos
climáticos se refiam. Por isso, até o momento, os relatórios tiveram uma
periodicidade de cerca de 5 ou 6 anos”.
São as seguintes as principais
afirmações do Relatório :
1 – A temperatura na
Terra subiu 0,85 graus Celsius entre 1880 e 2012.
2 – Entre 1951 e 2012
a média de aumento na temperatura foi de 0,12 graus Celsius por década, sendo
que o ser humano é responsável pela maior parte desse aquecimento, com 95% de
certeza nessa afirmação (quase todos os cientistas do mundo já pensam dessa maneira).
3 – Desde 1988 o
ritmo de aquecimento do planeta caiu para 0,05 graus Celsius por década, mas
esse hiato é passageiro; os cientistas afirmam que há períodos, assim, de dez a quinze anos de queda , mas que o aquecimento sempre volta
e vai retornar em breve; por isso os dados devem ser colhidos sempre em
períodos longos, para não se cair no equívoco de incluir como baixas definitivas essas periódicas assim
constatadas.
4 – A Concentração de
dióxido de carbono na atmosfera hoje é 40%
maior do que no período anterior à Revolução Industrial, principalmente
por causa da queima de combustíveis fósseis.
6 – O aumento do nível
do mar deve ficar entre 26 e 82 centímetros até 2.100.
7 – Os pesquisadores
afirmam que é extremamente provável que a cobertura de gelo do ártico continue
a diminuir até o final do século. Nos verões, essa cobertura pode perder entre
43% e 94% da sua área. (3)
4. A Tomada de Consciência
No dia 2 de fevereiro de 2007 , a ONU, através do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), fez divulgar em Paris, na França um relatório elaborado por 2.500 cientistas de 130 países, onde se revela que o aquecimento global é irreversível e “muito provavelmente” provocado pelas atividades humanas.
Até aquele dia os alertas que vinham a público eram creditados a ambientalistas fundamentalistas ou a seitas esotéricas apocalípticas, sendo que as autoridades mundiais não se posicionavam efetivamente em adotar medidas concretas para a sua solução. Embora tenha havido reuniões mundiais para tratar do assunto, a partir da 2ª . metade do século passado, pouco se conseguiu para diminuir a emissão de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera, substância esta a principal causadora do efeito estufa.
É, pois, através da realização de um conjunto de ações integradas e multidisciplinares que conseguiremos obter a conscientização dos agentes do “desenvolvimento sustentável” em relação a sua responsabilidade social, através de ações, integradas ou não, dos seguintes setores da sociedade:
Na atual perspectiva de sustentabilidade ambiental e com o intuito de provocar uma movimentação mundial no sentido de sua implementação, realizou-se a Conferência Internacional RIO+20, no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 24 de junho de 2012. Dentre suas diretrizes, estabelecidas pela Assembleia Geral da ONU, duas foram destacadas como principais:
- a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza;
- a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
(¹) PORTER,
M.E. Competição: on competition: estratégias competitivas essenciais. Rio de
Janeiro, Campus, 1999.
__________ Vantagem
Competitiva. Rio de Janeiro. Campus, 1989.
(²) BARBIERI,
J.C. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de Mudança da Agenda 21.
Petrópolis, Vozes, 1997.
_________ Gestão
ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. S. Paulo. Saraiva,
2004.
(3) In http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel
(4) Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/relatorio-da-onu-aumenta-certeza-de-envolvimento-humano-no-aquecimento-global-nao-publicar
(3) In http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel
(4) Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/relatorio-da-onu-aumenta-certeza-de-envolvimento-humano-no-aquecimento-global-nao-publicar
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