O SER HUMANO FRENTE À TEORIA DA RESTITUIÇÃO
1. Introdução
Em 19.08.2013 todos os noticiários, tanto da imprensa escrita quanto digitalizada do mundo inteiro, informaram a novidade científica de que os Físicos Roger Penrose (conceituado membro da Universidade de Oxford) e Vaher Gurzadyan, armênio e membro da Universidade Estadual de Yerevan, em parceria de estudos, chegaram à seguinte conclusão : "Big-Bang" não teria sido apenas um episódio do início do nosso Universo, mas esse episódio foi também o fim de um outro que se transformou no atual, ou seja, "seria a implicação de que o Universo já existia, em outra forma, antes do período de expansão que conhecemos e observamos hoje".
Tal afirmação científica corresponde à minha afirmação filosófica, sobre a transformação cíclica do Universo e da vida, conforme coloco no livro editado em 2012, que abrange uma análise do início e destinação da vida, sob o enfoque da Filosofia, das Leis e da Ciência, a que denominei "Teoria da Restituição". Ela adveio através da observação e análise dos dados científicos, notadamente da Teoria das Cordas, em Mecânica Quântica, e das afirmações das principais correntes filosóficas antigas e modernas, quer em âmbito genérico, quer especificamente da "teoria geral das obrigações" em confronto com leis físicas. Cheguei, dessa forma, por raciocínio lógico, a uma conclusão semelhante à apresentada pelos eminentes Físicos. E, assim, como vocês hão de compreender, não posso conter a minha satisfação, o meu entusiasmo, tanto como pessoa humana quanto de estudiosa dos fenômenos da Vida em sentido amplo, ao verificar a confirmação das minhas ideias e, ao mesmo tempo, a necessidade de comunicar-lhes essa ocorrência nesta oportunidade. Mas, para tanto, torno a recordar, foi necessário penetrar nas conclusões e afirmações científicas que embasavam todo o procedimento que levei a efeito e que narro no contexto total do referido livro, para chegar a essa nova teoria, multidisciplinar, que ali apresento e explico. É um volume extenso e com o texto que reproduzo abaixo não se pode pretender a compreensão do seu conteúdo, mas é suficiente para se fazer a comparação com o fato noticiado - visto por um outro ângulo, que entendo complementar.
Os conceituados cientistas não utilizaram o método filosófico. Chegaram a essa conclusão através de análises de sinais e imagens enviadas pela sonda americana projetada para fazer um "mapeamento universal da radiação cósmica de fundo - um "eco" do Big Bang gerado quando o Universo tinha menos de 400 mil anos de existência, detectado pelo satélite na forma de micro-ondas. Hoje, o Cosmo tem 13,8 bilhões de anos". E"A Folha de São Paulo Twitter", em postagem de 10/08/2013, nos dá o seguinte resumo das conclusões deles:
"Penrose e Gurzadyan vêm dizendo, desde 2010, que conseguiram detectar pequenas flutuações na radiação cósmica de fundo, na forma de círculos concêntricos.
Isso, segundo eles, seria resultado da colisão de buracos negros gigantes numa época que precedeu o Big Bang. Ou seja, seria implicação de que o Universo já existia, em outra forma, antes do período de expansão que conhecemos e observamos hoje."
Dessa forma, entendo de todo oportuno, dada a coincidência de conclusões a que chegamos, colocar em postagem parte do texto em que exponho a minha visão do mesmo fato, colhida através de raciocínio lógico, a partir da análise de textos científicos, notadamente das 5 Teorias das Cordas, através da Teoria M que as unifica. De fato há um ponto no conhecimento em que tanto a Ciência quanto a Filosofia se encontram para unificar conceitos nem sempre apresentados materialmente e que dependem de um "feeling" de impressões racionais para se integrarem todas as partes apresentadas pelos diversos ramos do conhecimento humano. E essa comunhão de dados é que possibilita a observação final , o que está contido plenamente na "Teoria Geral dos Sistemas", apresentada pelo genial cientista Von Bertalanffy, também "expert" em Filosofia e outros ramos do conhecimento, cuja utilização ofereceu tanto impulso ao desenvolvimento tecnológico e científico em nossos dias : em resumo, ele demonstra em seu livro de mesmo nome, que essa divisão nas diversas áreas do conhecimento é uma construção artificial do homem e não condiz com a realidade da Natureza, que é sistemática, sendo que todos os seus fenômenos se apresentam em uma comunhão de acontecimentos material e racionalmente percebidos, sistematizados em uma só unidade - há realidades materiais e imateriais agindo sobre os fenômenos naturais. E, segundo ele, ainda, é por isso que uma verdade científica somente pode ser determinada se examinada por todos os seus ângulos, isto é, o conjunto formado por observação, experimentação e elaboração racional sobre as probabilidades é que nos leva ao conhecimento da completude de um fenômeno. Por isso entendo que todos os estudiosos do mesmo assunto, sob os diversos ângulos, devem unir seus esforços de forma conjugada.
Apresento, a seguir, uma cópia das páginas 339 a 351 do livro "TEORIA DA RESTITUIÇÃO - O Direito do Futuro. A nova etapa evolucionaria humana : a Filosofia, as Leis e as Ciências", de minha autoria , ed. Editora Maet, de 2012, às quais acrescentei uma sistematização de itens e imagens , visando a uma exposição mais adequada ao ambiente Internet.
2. O ser humano deve integrar a restituição?
Tanto
faz nos filiarmos à teoria criacionista,
ou evolucionista, chegaremos à conclusão
de que o livre-arbítrio no ser humano lhe imprime apenas uma opção pelo seu
destino, ou seja, evoluir ou perecer. O movimento evolutivo é uma lei natural,
em todos os seres em nossa dimensão, independente de instinto ou
vontade. O que não se adapta, perece, como indivíduo ou espécie. Se a nossa
opção é por preservação da espécie, devemos participar da manutenção do modelo
sutil do qual somos reflexos – é a restituição.
Teologicamente,
o termo “glorificação” nos vem desde o
Antigo Testamento da Bíblia Cristã, nos Salmos de Davi, 19,1-2 , afirmando , em síntese, que
eternamente os céus e o firmamento anunciam a obra das mãos de Deus. Ora, sendo
a matéria perecível, tenderia tudo à destruição, e não haveria uma
eternidade para esse anúncio.
Cientificamente, o termo mais aproximado de “glorificação” seria “evolução” e,
acrescemos aqui, “sutilização”, que não se confunde com “mudança de estado”
como ocorre com a água, quando vai do líquido para o sólido. Em Tomás de Aquino
também se pode entrever esse movimento
evolucionário , embora não o denomine expressamente assim — quando ele se refere à busca de uma perfeição das
coisas criadas à semelhança da perfeição divina , observamos
um certo paralelismo à restituição, conforme a nossa teoria.
No
evolucionismo, contudo, não há uma
tentativa de explicação sobre o aparecimento de vida no planeta : isto é,
procura um entendimento sobre a
existência dos seres da natureza atual,
a partir de antepassados que foram se adaptando às condições naturais, sem
indagar, por sua vez, a origem primeira
dos seres iniciais.
Em
ambas as teorias , o que se
depreende é uma tendência a um
equilíbrio permanente em todo o meio ambiente : as espécies ,animais e
vegetais, além dos inanimados , existem como vetores de todo o
ecossistema, cada um em sua função . Por
isso, no evolucionismo, os seres terrestres vão adquirindo ou perdendo habilidades
necessárias à sobrevivência, em razão de mutações no meio ambiente planetário,
não entrando no detalhe do que ocorre a cada indivíduo após a morte; e, no
criacionismo, cuja raiz é filosófica ou teológica, a tendência é a perenidade
do estado inicial, em outra realidade existencial, com a separação da
alma do corpo material, enquanto outras almas vão se unindo a outros corpos — todo esse
movimento seria consequência da procura
de um aperfeiçoamento assemelhado à
perfeição do Criador (em outras
palavras, uma procura constante da mesma
condição do início de todas as coisas, além da realidade
simplesmente material, independente de
tempo e espaço — em teologia
judaico-cristã, corresponderia a um
paraíso perdido).
No
Restitucionismo : Há uma
atividade inicial de criação do Universo em que está a nossa realidade
planetária, a partir da qual se operaram
ciclos evolucionários que poderão ou não
se repetir eternamente, dependendo da resposta
operada de seres de dimensões
mais densas à energia vital procedente
de ambientes sutis, atendendo a regras gerais
antecedentes a esses ciclos, ou estabelecidas a partir do ciclo inicial, mas
operantes em todos eles (seria uma “Teoria de Tudo” ou “Teoria Geral”). Mesmo
que no início houvesse uma
realidade aparentemente caótica, teria
sido natural o surgimento de padrões de
frequência para a união de energia e matéria , repetidos
na formação dos ciclos permanentes de regeneração das realidades exauridas (Teoria do Caos – Quadro 7 e Nota 54).
3. A visão da Origem Humana no Restitucionismo face às Ciências Modernas
A
“Teoria da Restituição” não apresenta uma visão anterior à ocorrência da singularidade
em nossa dimensão que teria dado
o início ao nosso universo, o chamado “Big-Bang”. Ela apenas reúne conceitos filosóficos e científicos atuais, do que se
imagina ser uma atividade criadora como
início de uma realidade, sem se indagar,
teologicamente, sobre o “Criador” que impulsionou a movimentação de energia
existencial da Fonte Originária para a
matéria com ou sem formas, de qualquer
maneira inerte, imprimindo-lhe movimento e vida, que deve manter um nível de sustentabilidade
para durar. Havendo matéria e energia, há movimento .
Não é somente o livre-arbítrio
característico do ser humano que produz energia evolutiva em nosso planeta. Nós
não temos essa exclusividade, até porque
ela não depende do livre-arbítrio, característica ou elemento de aferição de uma
superioridade em relação a terceiras
espécies. É o que nos têm demonstrado a Arqueologia, a Paleontologia e
a Geologia : de acordo com a maioria das teorias aceitas, houve outros
fundamentos para se implementar
superioridade , como as descomunais
medidas materiais de muitos dinossauros
e seus contemporâneos nos oceanos do período triássico da idade da Terra, que
dominaram a vida nela durante cerca de 160 milhões de anos, que se iniciou há 250 milhões de anos, ocorrendo sua extinção em massa há mais ou menos 65,5 milhões de anos — eles, à época, teriam sido “os donos do
mundo”, posição que, atualmente, julgamos também ocupar , tanto tempo depois.
E, talvez, tenhamos o seu mesmo destino, incompreensível à Geologia, à Arqueologia e à Paleontologia dos novos
seres que, de futuro, nos substituirão, ao examinarem os restos
de nossa civilização. E, a esse passo, devemos entender que somos
também elos de uma longa cadeia em busca de
um ser final, o objetivo de todo
o nosso impulso genético à preservação
da Vida, o conhecido “instinto de preservação da espécie” , existente em todos
os seres vivos conhecidos.
Pode ser até que sejamos, como diz Whitehead
(73) , uma
das poucas entidades que têm , como uma das formas superiores de vida , como ato consciente ou inteligente, a preensão e
a compreensão de estarem fazendo parte de uma natureza experimental , com finalidade
de obter uma satisfação capaz de adicionar-lhe uma evolução rumo ao mundo ideal, componente ou não da natureza divina — em uma visão
filosófica ou teológica. O posicionamento do filósofo inglês foi no primeiro sentido,
tendo criado a teoria denominada Filosofia do Processo (74). Segundo
ele, qualquer forma de seres inferiores ,
apesar de não ter essa compreensão,
também faz parte da mesma “experiência natural” e , como tal, possui a preensão de todo esse processo , em que todas as entidades, das mais superiores às mais inferiores que existem
no Universo, não são isoladas ou
independentes, mas estão presentes, em conjunto, em todos os momentos reais, estabelecendo-se
um vínculo permanente de interação entre
todas elas , nos ciclos de criação-evolução-restituição.
Pode-se
contrapor ao que estamos expondo, o argumento de falta de prova científica à
teoria da restituição , em ciclos de criação→evolução →restituição e de Co-Criação
→ evolução → restituição. Essa oposição seria , em concreto, à ideia de vários ciclos existenciais : um primeiro
ciclo de criação inicial, seguida de “n”
ciclos posteriores e interdependentes . Mas,
acaso existe essa prova em sentido contrário? A nossa base é filosófica e científica, com
alicerces nas teorias científicas modernas : a novidade dela é a conjugação
de conceitos de todas elas.
O nosso entendimento criacionista não é teológico,
mas consoante à Teoria do Desenho Inteligente, sem
discutirmos o “omnes qui” (“quem quer que”) portador da responsabilidade intelectual da atividade de
desenhar. A mais se tem, por outro lado,
a aplicação do postulado aristotélico , válido em nosso ambiente existencial, o que pode não ocorrer em outro, de natureza
completamente diversa do nosso, que ainda não conhecemos : “o nada não pode produzir nada”. E, se existimos como entidades individuais, em um
universo onde os mesmos elementos formadores da matéria visível se encontram distribuídos
equitativamente, é de se concluir que houve um elemento material comum no início da expansão universal, por mais ínfima que
tenha sido sua densidade e tamanho, expandido
por uma energia que lhe imprimiu o primeiro movimento expansionista , qualquer
que fosse sua procedência, necessária para operar
a singularidade inicial. No sentido filosófico do que seja o
“nada” , em nosso ambiente universal, entendemos não estar incluído nem o conceito de “potência” enunciada
por Aristóteles, nem o “vir-a-ser”
explicado por Platão. Em outro
sentido, o nada seria o “tudo”, em qualquer ambiente que jamais tivesse tido sequer a possibilidade de existir . Sendo
assim, um ato de criação, que não se confunde com o compreendido na análise
teológica, necessitaria , em nosso
universo, de uma possibilidade de “vir-a-ser” ou de tornar-se um “ato”,
personalizado ou não. A expansão desse Universo,
com implemento de formas inertes e outras vivas que se transformam em
outras tantas ou as substituem, já é
objeto de evolução, conforme a ciência
atual aceita (evolucionismo de Darwin). A novidade do Restitucionismo é teorizar
sobre o retorno dessa energia (que chamamos de existencial) ao ambiente de onde
proveio , acrescida de um “plus” energético vivencial (obtido em
nosso sistema), que lhe teria dado o
impulso eficiente para sua liberação da matéria e do ambiente denso : há trocas
de energia entre sistemas abertos e fechados, estando o nosso planeta incluído
entre estes últimos. Essa conclusão decorre, por eliminação, de uma dentre duas
hipóteses possíveis para energias contidas em sistemas
: (a) ou permanece no interior de um sistema sutil ou denso , ou (b) é capaz de sair do seu sistema e entrar em outro, com a mesma capacidade de
sair deste e retornar ao de origem.
Descartamos a hipótese (a) porque, se houve a entrada da energia em um sistema, é porque se trata de um
sistema fechado, que admite trocas energéticas, embora não as admita em relação à matéria. E, se entendermos em contrário, se idealizarmos um sistema isolado, também não poderemos admitir a
ocorrência do “Big-Bang”, nem a
influência de uma oscilação de membranas ou cordas, como previsto na “Teoria M”
, pois, em ambos os casos, parte-se do pressuposto de uma carga energética
externa àquela(s) existente(s) originariamente — também não poderíamos imaginar
a ocorrência de “entropia” (ver notas 64 e 65) no interior do Universo porque houve
transformações de energias e, naquele estado, toda a existente teria se
transformado em calor, que não admite mais nenhuma transformação.
Todas as
teorias citadas em nosso trabalho têm
larga aceitação filosófica e científica e nenhuma se opõe à
outra, havendo princípios comuns, sendo
perfeitamente válido, até por uma razão de lógica, reuni-las em uma outra que explique,
multidisciplinarmente, a finalidade de
todo esse movimento existencial que
inunda não só o nosso planeta, mas todo o Cosmos. De qualquer sorte, como já vimos, essa divisão
em ramos separados do conhecimento
humano é artificial e vem de uma
época distante, quando ainda não tínhamos a noção da integração e
interação dos atos e fatos da natureza —
esta não admite várias realidades para
um mesmo fato. Convém ressaltar, contudo, que amanhã esses conceitos sobre os
quais alicerçamos nosso entendimento podem se demonstrar inoperantes em função
de uma “Teoria do Tudo” , pois , atualmente, todas as posições filosóficas e
científicas envolvendo qualquer elemento
transcendente ao nosso entendimento são apenas teorias, umas mais aceitas e outras menos, mas
todas passíveis de superação , já que
não foram ainda provadas. E , dentre
elas, se incluem a da
“Relatividade Geral”, segundo Einstein, a da “Evolução”, segundo Darwin, a do
“Big-Bang”, a do “Desenho Inteligente” (ou Criacionismo Moderno), e a “Teoria
das Cordas”, incluindo a “Teoria M”.
A produção de “emissão de energia → evolução → restituição
→ emissão de energia etc.” seria , em
uma outra observação, uma descrição do princípio de transformação da energia
(em sede de Termodinâmica) — apenas o calor é uma energia que não se
transforma, como comprovado cientificamente, em nossa dimensão existencial.
Assim, por uma questão de similaridade,
a partir de determinado modelo em uma dimensão sutil, uma centelha
sua lançada ao espaço e adaptada a cada dimensão por onde atravessa
ou se prende, e reflete as formas ideais sutis, em
geral, acompanha esse princípio termodinâmico. Não somente naquelas
formas que a nossa ciência conhece , mas em muitas outras ainda não
identificadas, visíveis ou invisíveis por nós (como tem ocorrido no caso
dos “extremófilos”), com a constituição de DNA, já identificada ou não. E todos,
individualmente ou em conjunto, participam , em formas relativas (de composição
de matéria e energia), desse movimento
evolutivo, cíclico, de dimensão
em dimensão.
4. Ciclos Evolutivos e Co-Criação
Daí
em diante tudo funciona como um moto perpetuo, com vários ciclos sucessivos e talvez subciclos concomitantes. Nos mesmos ambientes ou em outros .
Voltemos,
após esses esclarecimentos, à
análise esquemática dos Ciclos
Evolutivo-Restitutivos.
1º.
Ciclo Evolutivo — Restitutivo Primário
:
Demais
Ciclos Evolutivos — Restitutivos Secundários
:
Pela teoria da origem do Universo mais aceita
atualmente, ele seria finito, como um
grande sistema “isolado”, em que não
haveria entradas nem saídas, sequer de
energia. Nesse caso, já desde o início , por época do Big-Bang, deveria
estar previsto o número de vezes necessárias para que ele atingisse o seu ponto de perfeição, o que
indicaria o número que
substituiria a incógnita “N” da nossa hipótese colocada no esquema a
seguir. Stephen Hawking, já citado , consideraria que ele estaria
composto, ab initio, para
produzir seres como nós, mas , data venia, mesmo se nós apoiássemos a tese
da finitude univérsica, agora,
não seria porque consideraríamos o que existe o produto final
de tão grande evento quanto foi o Big-Bang, pois não condizemos, em nosso planeta, tão ínfimo em relação ao Cosmos, ao status de seres ou coisas mais
evoluídas, em todos os sentidos. E, além do mais, os adeptos da teoria da
finitude a preveem para daqui a muitos
bilhões de anos : ou por esgotamento de
expansão dentro de uma fronteira já
existente, havendo uma inversão (contração) ou por esgotamento das energias não renovadas do sistema isolado
do Universo, que transformaria tudo em calor (matéria e energia), ocorrendo o
que, na Teoria Geral dos Sistemas se
denomina “steady-state”.
Sendo
assim, tanto faz haver uma previsão para um final do Universo, por ter
alcançado sua finalidade, quanto a
continuidade ad aeternum da
movimentação em espiral , nos numerosos
ciclos Restitutivos secundários,
ou por esgotamento do tecido espaço-tempo , no qual se
movimenta, ou por haver sido acrescentada uma outra dimensão, ou ter havido sua
transposição para outra, ou , ainda, por
superaquecimento em “steady-state”,
a nossa Teoria da Restituição continua a
afirmar haver um movimento de retorno, em qualquer caso, de uma energia
inicial, procedente do Big-Bang, sempre acrescida de um “plus” de energia transformada e cinética, também obtida pela energia potencial da matéria inerte colocada em
movimento pela força aliada à
massa, que manteria o ideal de impulso
para novas evoluções. A falta do retorno
dessa energia mais o plus é que
desencadearia a paralisação do sistema evolutivo existente.
Se a Energia Existencial, nas
dimensões mais sutis, não é realimentada, enquanto vai perdendo sua quantidade pela ejeção de centelhas ao
espaço, sem entradas que a recomponham
ou acresçam, o que se faz, de acordo com a visão restitucionista, pela devolução daquelas com um “plus” de energia
evolucionária (Energia Existencial somada à Energia Evolucionária, Quadro 4) , haverá o
perecimento do modelo correspondente, que se incorporará a outros, deixando pouco a pouco de refletir
a forma ideal — extinguindo-se o modelo, consequentemente se extinguirão
os seus reflexos. Conforme se depreende,
essa fonte emissora somente poderia ser , no máximo, um sistema fechado, porque, se fosse isolado, não
poderia fazer esses lançamentos e, não
admitindo trocas, terminaria em “entropia” , ou, não atendendo às mesmas leis que operam
no nosso, seria incompatível com ele, não sendo, pois, a fonte dessa energia e
teríamos de imaginar outra — já que nossos cientistas informam ter havido a
entrada de uma “energia desconhecida para
provocar o Big-Bang” originário. E, por fim, sem a restituição da
Energia à fonte originária, para que ela possa recompor as perdas, pode haver extinção de espécies inteiras em
nosso ambiente denso, especialmente em nosso planeta , ou corpos mais
complexos no ambiente cósmico , porque,
se não passamos de seus reflexos, não poderíamos existir sem que previamente
existisse um modelo a ser refletido.
O
ser humano, como espécie, se decidir por uma via que não lhe forneça uma evolução individual
completa ou integrada à espécie e ao
ecossistema em que existe (tanto psíquica quanto materialmente), tende a desaparecer . Talvez não de uma forma
profundamente diferente em seu aspecto animal de hoje, mas numa eliminação de seu componente emocional, moral e ético, que faz parte da
sua definição.
Se
o original for fraco, não se formará nenhuma imagem refletida, apenas vultos
difusos, até que finalmente desapareçam completamente. E poderão restar, então,
no meio denso, aparências do que algum dia foram seres humanos, desprovidas
elas de seu elemento psíquico, onde se concentra o “plus” energético necessário à
manutenção de sua identidade de energia vital, e a força de impulso para fora do nosso
sistema,ou energias remanescentes fora da matéria, eternamente presas à dimensão densa, enquanto todos os outros seres terão evoluído para formas mais sutis, com
níveis existenciais bem mais agradáveis
e harmoniosos.
_________________
(73) e (74) Alfred North Whitehead : grande filósofo e matemático inglês , nascido em 15 de fevereiro de 1861 e falecido em 30 de dezembro de 1947. Seu campo de pesquisas foi, notadamente, o da filosofia da ciência, utilizando conceitos e fundamentos transcendentais da matemática. Criou a Filosofia do Processo, que, dentre os principais entendimentos ,possui o de que fatores acidentais inseridos em uma equação podem influir no resultado : sejam as mudanças na realidade (passageiras ou permanentes) , psicológicas , físicas ou orgânicas, devem fazer parte de um estudo em conjunto com ela — pois, ao iniciarem sua existência, tornam-se eficazes para sua modificação, passando a constituir parte do todo integral, acrescendo-lhe ou diminuindo-lhe características. É , embora naturezas inferiores, possam não ter a compreensão de estarem interagindo para uma finalidade comum, por não serem racionais, possuem, contudo, a sua “preensão” . Termo que vem do latim praehendere, que significa “tomar, pegar; receber; tirar, arrebatar, agarrar; prender...” .
Acrescemos a esse entendimento de Whitehead o seguinte : alguém humano pode possuir o que denominamos de “dom”, ou uma inspiração procedente de uma memória arquetípica transmitida de seu inconsciente para o seu consciente, para perceber o inter-relacionamento de fatos e ocorrências incomuns em nossa natureza, sem , contudo, possuir o desenvolvimento intelectual suficiente para entendê-los ou indagar da sua origem, natureza ou finalidade , de acordo com os conhecimentos científicos à nossa disposição , mas tem a capacidade de desenvolver o conhecimento necessário para tanto, através de sua racionalidade, como elemento factual de sua própria existência. Em seres que denominamos de irracionais, não há a capacidade de chegar a compreender esse fato, por um impedimento natural de falta de raciocínio lógico conforme o tem a espécie humana. Como , por exemplo, a necessidade animalesca de alimentar-se vegetarianamente ou carnivoramente — ao praticar uma ou outra opção, um animal não faz as indagações do ser humano sobre sua conveniência ou necessidade, apenas “sabe” que deve fazê-lo porque tem fome; ao praticar o ato sexual, não indaga sobre uma finalidade de preservação da espécie e transmissão de seu DNA, ou apenas de seu prazer pessoal, age apenas por “instinto” , conceito inserido no ato de “preensão”. Em relação ao todo do plano universal, , nós, humanos ,ainda temos mais “preensão” do que “compreensão", e devemos evoluir para um estágio de raciocínio moral e ético, acima de um parâmetro antropocêntrico, para podermos nos comportar, cientificamente, frente às realidades cósmicas, livres de preconceitos sobre parâmetros que adotamos atualmente e não servem para mensurar as realidades ali existentes. Realizado esse exercício racional de livre-arbítrio, conseguiremos alargar nossas fronteiras intelectuais, sem o que permaneceremos num estágio evolucionário mental equiparável, em relação ao macroambiente integral, à mesma situação dos seres considerados por nós como inferiores , em nosso ecossistema terrestre.
Consultar também a Nota 68.